
Os 12 anos de pontificado do Papa Francisco entrarão para a história como um marco para a Igreja Católica Apostólica Romana e, ainda, como um momento forte a ser estudado pelas diversas áreas do conhecimento e especialistas, pois, o Papa Francisco, à medida que se comunicava com a Igreja (ad intra), dialogava com o mundo (ad extra). O seu pontificado foi uma contínua bênção urbi et orbi e um verdadeiro aggiornamento da Igreja na modernidade, pois Francisco não tirava os olhos do Concílio Ecumênico Vaticano II.
As palavras do Papa Francisco, com sua metáfora própria e sua linguagem próxima, tocavam os corações e as consciências, por isso atingiam a todos e a cada um. Longe de um estilo rebuscado e de uma linguagem prolixa, Francisco trouxe a Teologia para o alcance de todos, trouxe o Mistério para perto da vida, fez a pessoa redescobrir Deus no cotidiano, através da insistente pedagogia e cultura do encontro.
As lições deixadas pelo Papa Francisco, não foram os monumentos. Além do seu ensino através do magistério ordinário, Francisco deixou, como expressou um pastor protestante, a grande lição das pegadas de seus sapatos que percorreram estradas, que pisaram nas lamas e cruzaram continentes. Por isso, o Papa Francisco foi um profeta para Igreja e para o mundo, uma voz eloquente contra as guerras, um grito solene a favor da vida. Francisco é profeta universal, é patrimônio da humanidade!
Agora, é difícil voltar atrás. Só se caminha para frente: diálogo e cultura da sinodalidade são herança irrenunciáveis. Por isso, é significativo o seu sepultamento na Igreja de Santa Maria Maior: é a expressão conclusiva de um projeto pastoral de uma igreja em saída, ao encontro de todos, de portas abertas, presente no mundo. Portanto, Francisco será conhecido como o papa dos pobres, do diálogo, o papa da fé, o papa da esperança, o papa do caminho.
Como a Igreja caminha e continua a sua missão no mundo, o conclave bate à porta. Por mais especulação que se faça, o raciocínio [do conclave] é sempre do teto acima e não do teto abaixo. É uma ação do Espírito Santo presente em nossa humanidade. O Conclave, lembra o Prof. Luís Eugênio e Souza, “é uma celebração religiosa em que, mediante orações, se busca ouvir aquilo que o Espírito Santo quer indicar para a Igreja. Um Conclave sintetiza bem o mistério da união entre os dois elementos que formam a Igreja, isto é, o elemento humano e o elemento divino”.
Por isso, como amei o Papa Francisco, na fé e na comunhão da Igreja, já amo aquele que o Espírito, através do conclave, indicar; porque, todos em união com o Papa, no vínculo da paz, do amor e da unidade, a Igreja inteira (cf. LG 23) é convidada a escutar a sua voz como aquela que ressoa a voz de Cristo, o Bom Pastor.
Prof. Dr. frei Jorge Rocha, ofmcap.