Programação da manhã reuniu coletivos culturais, movimentos sociais, grupos religiosos e cidadãos comprometidos com a luta antirracista

A manhã desta quinta-feira (20) marcou o início das celebrações do Dia da Consciência Negra em Feira de Santana com a Marcha Zumbi dos Palmares, que reuniu coletivos culturais, movimentos sociais, grupos religiosos e cidadãos comprometidos com a luta antirracista. A caminhada saiu da Avenida Getúlio Vargas e seguiu em direção ao Espaço Marcus Moraes, onde as atividades seguem ao longo de todo o dia.
Enquanto os participantes seguiram até o espaço cultural, houve um momento de reflexão conduzido pelo professor, cantor e ativista Gilsan Santana, que destacou o sentido histórico e político da data.
“O dia 20 de novembro é emblemático, um dia importante para que possamos coletivamente pensar na reconstrução socio-racial. É o reconhecimento de uma luta histórica e da grande contribuição da população afro-brasileira. É uma data que deve unir, não fragmentar.”, afirmou.
A marcha chegou ao Espaço Marcus Moraes onde a reflexão continuou, desta vez com a participação de Gilsan e da Mestra Hely Pedreira, ampliando o debate sobre identidade, resistência e direitos.
Em meio ao público, o Coletivo de Mulheres de Feira de Santana participou com a primeira edição da “Caminhada das Iabás”, reverenciando ancestralidades femininas das religiões de matriz africana. Participando da caminhada, Jussiara Alves dos Santos, destacou o significado da presença do grupo.
“Este momento é de extrema importância para as mulheres negras de Feira de Santana, mulheres que foram oprimidas durante tantos anos. Organizamos a primeira caminhada das Iabás no Brasil aqui na cidade para reverenciar nossa ancestralidade e reivindicar respeito à nossa identidade cultural e religiosa.”
Ela reforçou ainda o objetivo do ato: “Viemos para as ruas, como as demais religiões, para reivindicar igualdade e desmistificar estigmas sobre as religiões de matriz africana. Todos nós, sejamos retintos ou não, carregamos o sangue africano e um legado que abriu caminhos para estarmos aqui”.
A manhã também contou com a participação de estudantes e artistas, como o cantor e compositor Arlésio Matos, da banda Pretos de Preta. “Consciência a gente precisa ter todos os dias. Mas já que existe a data, celebramos e fortalecemos nossa cultura. Estamos aqui firmes para fazer o som e marcar presença.”, afirmou.
Após as falas de Gilsan e Hely, começaram as apresentações culturais que abrem oficialmente a programação do Dia da Consciência Negra no Espaço Marcus Moraes. O dia segue com grupos de capoeira, samba de roda, rodas de conversa e shows musicais.




