O combate à dengue em Feira de Santana ganhou mais um reforço. Nesta sexta-feira (19), a Secretaria Municipal de Saúde retomou o Comitê de Enfrentamento às Arboviroses, com foco na doença. A medida, deliberada durante reunião promovida na sede da pasta, ocorreu em função do aumento do número de casos na cidade.
De janeiro até abril deste ano, Feira registrou 183 casos de dengue. O quantitativo representa 25% a mais que no ano passado, quando foram registrados 146 casos entre janeiro e dezembro.
Segundo a enfermeira da Vigilância Epidemiológica e presidente interina do comitê, Maricelia Lima, o objetivo é retomar as atividades para trabalhar contra a doença de maneira integrada, em parceria com outros setores, a fim de que as ações tenham uma melhor abrangência.
“Esse comitê voltará a se reunir, de forma mais frequente, para avaliar a situação epidemiológica da dengue no município e, junto com todos os envolvidos, iremos elaborar ações que possam frear o impacto da epidemia que já está acontecendo em diversas cidades do país e que, pela análise dos dados, temos percebido que o município também está caminhando para esse cenário”, relata.
Outro ponto destacado pela enfermeira é a necessidade da coleta de material para exame diagnóstico na primeira consulta com o paciente suspeito. “Temos realizado capacitação para as equipes de saúde e, durante esses momentos, a orientação é que o profissional solicite a coleta na hora e não deixe que o paciente vá para casa e volte para fazer depois, porque a maioria não retorna. Geralmente, eles só voltam quando o quadro clínico agrava e, nesse caso, pode ser tarde demais”, alertou.
Já a coordenadora do Centro Municipal de Referência em Endemias, Síntia Sacramento, aponta que uma das principais dificuldades para o trabalho de combate às arboviroses está relacionada à demora da notificação feita pela rede privada.
“O trabalho de campo feito pelos agentes de endemias é desenvolvido através das notificações. Quando a unidade não informa o paciente que chega com suspeita de dengue, a gente não fica sabendo e não conseguimos ir até aquele endereço. É importante que as unidades de saúde, em especial as privadas, notifiquem em tempo hábil e repassem para a Secretaria de Saúde, para termos acesso a um número real da situação vivida pelo município”, frisou.