Foi enterrado na tarde desta quinta-feira (09/01/2025) o Frei Rutivalter Brito. Ele faleceu na noite da terça-feira (07/01/2025) após complicações de um câncer. Antes de ser enterrado em um cemitério local do munícipio de Sapeaçu, houve uma missa exequial na cidade. Precederam também missas em Salvador, na Igreja de Nossa Senhora da Piedade e em Feira de Santana, no santuário de Santo Antônio.

Fotos: Lucas Ribeiro

Trajetória do frei

Rutivalter ingressou na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, em Feira de Santana, no ano de 1985. Foi ordenado sacerdote em 1988.

Logo após a ordenação, o frei assumiu responsabilidades importantes na cidade, sobretudo a partir de 1995, quando passou a ser superintendente das rádios Princesa FM e Sociedade News FM, da Fundação Santo Antônio, posição que ocupou até 2001.

Nesse mesmo período, atuou como vigário paroquial, definidor e membro do Convento dos Frades Capuchinhos em Feira de Santana.

Após a passagem pela Princesa do Sertão, Rutivalter cumpriu novas missões religiosas em cidades baianas como Jaguaquara, Seabra e Santo Antônio de Jesus.

Frei Rutivalter junto com fiéis católicos em Feira de Santana — Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal

Frei Rutivalter junto com fiéis católicos em Feira de Santana — Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal

A construtora terceirizada, Jinjang Construction Brazil Ltda, responsável pelos operários chineses que foram retirados das obras da fábrica da BYD em Camaçari (BA), sob acusação de trabalho análogo à escravidão, se manifestou através das redes sociais e contestou a situação de “escravizados” dos seus funcionários.

“Serem injustamente rotulados como ‘escravizados’ fez com que nossos funcionários se sentissem com sua dignidade insultada e seus direitos humanos violados, ferindo seriamente a dignidade do povo chinês. Assinamos uma carta conjunta para expressar nossos verdadeiros sentimentos,” declarou a empresa.

Uma força tarefa do MP e da Polícia Federal, realizada na última segunda-feira (23), resgatou 163 trabalhadores chineses na fábrica da BYD, em Camaçari (BA).

A ação interditou uma cozinha, bem como atividades de escavações profundas. Além disso, os agentes relataram condições de trabalho degradantes, com alojamentos sem oferecer condições dignas de higiene e o mínimo de conforto.

Aos 30 anos, Otávio Kaxixó conseguiu um marco histórico: tornou-se o primeiro indígena Kaxixó a se formar em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais, a UFMG.

O desejo dele é um só: tornar-se referência e abrir as portas para outros. O novo médico é da aldeia Capão do Zezinho, população com aproximadamente 89 indígenas aldeados, à margem esquerda do Rio Pará, Martinho Campos.

Desde jovem ele sonhava em cursar Medicina, mas por conta dos desafios, pensou em desistir várias vezes. Em 2019 a aldeia toda vibrou com sua aprovação. Agora, eles vibram ao ver Otávio subir no palco e pegar o diploma com o maracá e um cocar na cabeça. Histórico! “Nunca mais uma medicina sem nós”, disse ele em uma publicação no Instagram.

Pensou em desistir

Quando estudava para o vestibular, foram várias reprovações. E não foi só uma vez que ele pensou em desistir.

Além de enfrentar os desafios diários que um indígena enfrenta no país, parecia que ele nunca conseguiria cursar a tão sonhada Medicina.

Mas tudo mudou em 2019. Depois de muita dedicação e superação, a aprovação veio. Vitória coletiva da aldeia!

“Em meu último ano da faculdade de Medicina estar aqui não é somente por ocupar uma cadeira no mais alto curso de “elite”. Estar aqui é sinônimo de resistência e ao mesmo tempo estampar e provar pro mundo que não importa de onde viemos, somos capazes de conquistar o que também é direito nosso – acesso a universidade”, compartilhou o agora médico.

Estágio em Saúde Indígena

Durante os 6 anos de curso, Otávio sempre fez valer sua vivência, de onde veio.

Quando entrou no curso, ele sabia que gostaria de passar por um internato em território indígena, e conseguiu.

O jovem teve a oportunidade de atender indígenas no Parque Indígena do Xingu e, para ele, a experiência foi intensa.

“Foi muito interessante ser indígena e estar dentro de uma equipe não indígena atendendo indígenas. Acredito que tenha afinado ainda mais o meu cuidado para lidar com a saúde dos povos tradicionais”, destacou.

Cocar e Maracá

E quando foi chamado para receber o diploma no palco, Otávio comemorou muito. A plateia que estava no local, também aplaudiu de pé o jovem médico.

Com um Maracá na mão esquerda e um cocar na cabeça, ergueu o instrumento e gritou em voz alta: “É nosso!”.

Agora, além de se tornar médico, ele também quer ser referência.

“Enfim, 1° Kaxixó Médico pela UFMG. Que eu não seja o único e sim, a referência de continuidade”, finalizou.