Os marcos do desenvolvimento infantil, que abrange desde os dois meses até os cinco anos de idade, são essenciais para monitorar o crescimento e o desenvolvimento das crianças, ajudando os pais e profissionais de saúde a identificar possíveis atrasos e a intervir precocemente.
O pediatra do Hospital Inácia Pinto dos Santos (Hospital da Mulher), Murilo Pinheiro, ressalta a importância do acompanhamento regular da puericultura.
“Com o acompanhamento de puericultura é que podemos observar as alterações que um bebê pode ter no seu desenvolvimento. Existem alguns marcos importantes que podem acender um sinal de alerta, indicando se o bebê está dentro de um padrão de desenvolvimento ou se há algum atraso”, citou.
Aos dois meses de idade, a cartilha da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) indica que o bebê deve emitir sons diferentes ao chorar, reagir a sons altos e manter a cabeça erguida quando está de bruços. “Esses primeiros sinais são importantes para que o pediatra possa avaliar a resposta neurológica e auditiva do bebê”, acrescenta Murilo Pinheiro.
Aos três meses, é esperado que o bebê mantenha o pescoço firme e seguro. “Quando há um atraso nessa firmeza do pescoço, isso acende um sinal de alerta para investigarmos a parte neurológica”, aponta o pediatra.
Por volta dos quatro meses, o bebê deve manter a cabeça firme sem apoio quando segurado, levar as mãos à boca e, se estiver com fome, abrir a boca ao ver a mama ou a mamadeira.
Com o passar dos meses, aos seis, a criança deve estar começando a sentar e segurar objetos de uma mão para a outra. “Quando o bebê atinge essa maturidade, damos início ao processo de dieta com alimentos complementares ao aleitamento materno exclusivo. Se ele não consegue sentar, isso pode indicar um possível problema neurológico”, alerta o pediatra.
Aos nove meses o bebê deve mostrar várias expressões faciais, emitir sons e conseguir sentar sozinho. Por volta do primeiro ano, a criança deve caminhar segurando nos móveis, chamar “mamã” ou “papá”, pegar coisas entre o polegar e o indicador.
“Se esses marcos não são atingidos, precisamos investigar mais a fundo possíveis atrasos,” enfatiza Murilo Pinheiro.
Aos 15 meses (1 ano e 3 meses), é esperado que a criança dê alguns passos por conta própria, aponta para pedir algo ou obter ajuda, tenta usar objetos da maneira correta. Com um ano e seis meses, a criança consegue rabiscar, tenta usar a colher, aponta para mostrar algo interessante, ajuda a vestir empurrando o braço através da manga ou levantando o pé e caminha sem se segurar em ninguém ou em nada.
O acompanhamento regular com um pediatra é essencial para garantir que o desenvolvimento infantil esteja dentro dos parâmetros esperados.
“Quando o bebê não atinge esses marcos nas faixas etárias apropriadas, precisamos ficar atentos e investigar possíveis doenças neurológicas ou outras patologias. A intervenção precoce, muitas vezes através da fisioterapia, é crucial para corrigir ou minimizar os atrasos no desenvolvimento”, conclui o pediatra Murilo Pinheiro.